É possível diminuir, ou acabar, os sintomas da depressão sem uso de medicamentos? A resposta é: sim, é possível!
Para que o tratamento contra a depressão sem uso de medicação seja efetivo, porém, é essencial que você assuma um estilo de vida diverso do que o levou ao estado depressivo.
Pesquisas são consistentes em indicar que a prática de atividade física contribui para combater os sintomas da depressão, além de agir como uma proteção natural contra os efeitos nocivos do stress na saúde física e mental. Além disso, o uso de tratamentos não medicamentosos, como a Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva (EMTr), vem apresentando resultados promissores.
Atividade física contra a depressão
Segundo a pesquisa realizada por Peter Salmon, cientista da Universidade de Liverpool, a prática de exercícios aeróbicos de intensidade entre leve e moderada – uma caminhada acelerada ou corrida leve, com duração mínima de 20 a 30 minutos, e frequência de 3 a 5 dias na semana – se mostrou eficiente no combate aos sintomas da depressão.
Pesquisas demonstram que pacientes que estão fora de forma são mais susceptíveis à depressão do que os que estão em boa condição física.
Outras duas pesquisas comprovam os efeitos positivos da pratica de atividade física no combate aos sintomas da depressão. A primeira, realizada no Reino Unido, com mais de 10 mil homens adultos, comprovou que os que cultivavam o hábito de praticar atividade física regular na infância e na vida adulta sofreram menos com depressão durante o envelhecimento do que os que não praticavam exercícios.
Outra, realizada com 2.804 idosos durante três anos, comprovou que uma caminhada diária de cerca de 20 minutos diminuiu os sintomas da depressão em todos os grupos da pesquisa – grupo de depressão moderada e grupo de depressão grave.
Qual a atividade física ideal para você combater os sintomas da depressão sem uso de medicamentos:
Não é possível, porém, uniformizar e adotar um único programa de exercícios para todas as pessoas que sofrem de depressão. É preciso levar em conta as particularidades de cada caso. Segundo Dr. Lucas Benevides, partir da história de vida de cada um é essencial para definir a atividade física ideal.
” Cada um de nós, durante a infância, tinha uma atividade preferida, que se aproximava mais de uma brincadeira do que de uma obrigação. Uns gostavam de correr, outros de andar de bicicleta e outros ainda nadar, escalar, jogar futebol, etc…”
De acordo com essa lógica, para uns a competição estimula a regularidade na prática exercícios, como jogar uma partida de basquete, por exemplo. Para outros, as atividades de cooperação e estratégia, como jogar bocha, são mais atraentes.
Segundo Lucas Benevides, “A partir do acesso à lembrança, já que o corpo e a mente têm essa memória, é possível traçar um plano de atividade física individualizado. Para uma pessoa que nunca andou de bicicleta, ou de patins é muito mais difícil iniciar do zero, talvez seja melhor voltar a praticar uma atividade com que já tem familiaridade, e gostava de praticar na infância, como natação por exemplo”.
As atividades coletivas também apresentam vantagens em relação as individuais e as praticadas ao ar livre do que as praticadas em ambientes fechados: “Participar de um grupo de corrida, por exemplo, pode ser mais efetivo do que correr sozinho”. Conclui.
Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva (EMTr)
Outra frente que vem se mostrando promissora no tratamento dos sintomas da depressão sem medicamentos é a Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva, um procedimento médico que usa um imã para ativar o cérebro.
Os impulsos são direcionados para um local específico no cérebro, sem necessidade de anestesia, sedação ou cirurgia.
A EMTr é aprovada pela FDA – Food and Drug Administration USA – desde 2008 para pacientes que não respondem a pelo menos um medicamento antidepressivo. Em alguns países, como na Alemanha, a EMTr é usada como primeira opção de tratamento, mesmo antes dos medicamentos antidepressivos.
De certo, agregar experiências terapêuticas e tecnologias inovadoras se apresentam como alternativas ao uso de medicamentos antidepressivos convencionais, ou ainda, contribuem para a diminuição do uso da medicação. E na medicina, segundo Lucas, “Quanto menos medicação para tratar um transtorno, melhor.”