Você é viciado em sexo?

Estamos presenciando uma onda de queixas quanto ao comportamento masculino. Personalidades, celebridades e artistas vem sendo acusados de assédio e abuso sexual. Diante desse contexto muitos deles recorrem ao tratamento em clínicas especializadas em busca de uma solução para o problema de comportamento.

A comunidade científica, porém, não tem uma resposta definitiva se o vício em sexo é uma doença ou é uma desculpa para um mau comportamento social.

Homens ou mulheres cujo comportamento sexual está fora de controle podem encontrar conforto numa consulta profissional. Esse conforto vem da reflexão sobre os recursos disponíveis para governar suas ações. Qual é o limite? Quando é excessivo? Quando pensar em sexo torna-se um problema? O que leva alguém a ultrapassar os limites da conveniência social? São alguma questões essenciais para traçar as fases do tratamento.

Dependência sexual não é uma desordem psiquiátrica descrita pela Associação Americana de Psiquiatria. Cientistas relatam que não existe evidencia cientifica suficiente para afirmar se o comportamento sexual descontrolado altera ou não neurofisiologia.

Muitos psiquiatras consideram perigoso rotular alguém como dependente sexual, pois essa pessoa não encontrará um tratamento apropriado. Afirmar que é dependente de sexo também pode se transformar em uma desculpa para comportamentos preveníveis, como a traição conjugal ou o hábito de assistir a pornografia.

Nas últimas décadas a denominação de “vicio em sexo” vem ganhando vida própria, frequentemente associada a uma indústria que promete soluções rápidas, oferecendo serviço de internação em clínicas de tratamento baseado em programas inspirados em metodologias de grupos de anônimos .

Especialistas desse campo defendem que nos “dependentes de sexo” ocorrem desordens neuroquímicas semelhantes aquelas encontradas em abusadores de substância psicoativas, como drogas, por exemplo.

Terapeutas sexuais preferem considerar a problemática do comportamento sexual como compulsão sexual ou hiper-sexualidade. Portanto, desordens mais semelhantes aos transtornos de ansiedade, com características de obsessão e compulsão, que demonstram alterações neurofuncionais relacionais ao circuito de recompensa e punição, que continuam operando ainda que proporcionem danos a saúde mental, a física e a social.

Não existem pesquisas científicas relatando estatísticas com números sobre quantas pessoas apresentam compulsão sexual, porém, terapeutas relatam que a maioria é homem.

Os terapeutas sexuais apontam que o problema do comportamento sexual tem muitas causas subjacentes frequentemente uma combinação de transtornos mentais, tais como Transtorno Afetivos Bipolar e Transtornos de Ansiedade.

Podem ser características de traumas sobre o psiquismo do desenvolvimento da personalidade de crianças e adolescentes, gerando tendência a correr riscos, dificuldades de superar frustrações, impulsividade e limitação dos recursos de linguagem para expressão de sentimentos.

Não existe tratamento modelo, porém em todas as situações é importante obter uma história do comportamento desde infância (o que é isso? A quanto tempo está ocorrendo? Quais são os desencadeadores do comportamento?), da saúde mental do indivíduo (tem algum transtorno alimentando o comportamento?) e dados sobre a primeira relação sexual.

No programa de tratamento é essencial incluir psicoterapia e medicamentos para o transtorno de mental primário, bem como criação de novas estratégias comportamentais. Por exemplo, se o paciente assiste a muita pornografia na internet, uma dica é retirar o antivírus do computador ou bloquear aplicativos de celulares potencialmente facilitadores. Não existe fórmula,  a diversidade da sexualidade humana é prolífica.

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