Doutor, esse remédio é muito forte?

O que é “remédio forte” e “remédio fraco”?

Normalmente as pessoas se preocupam com os remédios para dormir, E DEVERIAM MESMO!

Contudo, a preocupação maior está mais relacionada à estrutura molecular e as características farmacológicas do remédio do que realmente a sua “potência”.

Todos os remédios podem ser fortes ou fracos, a depender da dose.

Lembramos que pharmacon pode ser traduzido do grego como medicamento ou como veneno. Por isso, sabidamente, a cultura popular afirma que a diferença entre o remédio e o veneno está na dose.

Medicamentos psiquiátricos

Na psiquiatria, diferente do que a população pensa, é diferente. Os medicamentos de alta potência são aqueles que não induzem à sonolência, os que induzem são chamados de baixa potência.

Por que? Porque o parâmetro de potência, na psiquiatria, diz respeito aos efeitos relacionados com os pensamentos e não com a sonolência.

Na verdade, na maioria das vezes, a sonolência é tida como um efeito colateral da medicação.

Os medicamentos tornara-se mercadorias do capitalismo, e, por isso, respondem a lógica do mercado. Nessa lógica, a meta é a produção, portanto, quanto menos tempo um paciente ficar doente e incapacitado, menos potente é esse medicamento.

Produtivos e medicados?

Os medicamento potentes são aqueles que tornam o sujeito produtivo e útil para a sociedade. Achou estranho? Tem mais.

Os medicamentos que causam sonolência são os mais antigos. As mediações mais recentes, e geralmente mais caras, são aquelas que trazem o sujeito de volta à produtividade mais rapidamente, sem causar sonolência.

Na verdade o que preocupa nós médicos, não é a potência do medicamento, porque, como disse anteriormente, isso se resolve com a dose.

A preocupação está relacionada a outra variável. A indústria farmacêutica tem interesse em lucro, por isso ela procura fidelizar seus clientes, de maneira que algumas substâncias possuem duas características preocupantes: a tolerância e a abstinência.

Tolerância

A tolerância é a tendência que uma medicação tem em perder o efeito ao longo do uso, de maneira que a pessoa precise de doses maiores para obter o efeito desejado, levando ao risco de overdose.

Abstinência

A abstinência está relacionada aos efeitos da suspensão ou retirada da substância, de maneira que a pessoa sentirá necessidade de sempre ter a medicação consigo, por risco de sentir mal caso ela venha a faltar.

Tarja preta

Quando as medicamentos trazem essas duas características os laboratórios são obrigados a comercializar a substância com uma tarja preta alertando para esse perigo.

Contudo, existem medicamentos que tem apenas uma dessas duas características e nem por isso trazem algum tipo de alerta.

Fica a dica

Por isso, fica a dica: a tarja preta não indica que o remédio é forte.

Por outro lado, não ter a tarja preta não significa que o remédio não causa dependência.

Portanto, cuidado com a auto-medicação e as prescrições de amigos e parentes. Cada pessoa tem uma reação diferente as medicações. O que funciona para seu parente ou vizinho pode ter um efeito completamente diferente em você.

É essencial  uma avaliação profissional para saber se a pessoa e a substância combinam.

 

 

 

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